segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Deus é Amor ou obrigação?




Ir à Igreja hoje é sinônimo de obrigação. As crianças nascem e os pais as ensinam a ir a Igreja, depois se tornam jovens e começam a descobrir o que o mundo pode lhes oferecer e o que a Igreja lhes oferece. Então, começam os questionamentos que levam os jovens a seguirem os caminhos que o mundo lhes oferece e, então, eles descobrem a liberdade sexual, de namoro, de viver conforme seus pensamentos, de viver para curtir a vida sem pensar nas conseqüências do amanhã. Eles crescem tornam-se profissionais, casam e se tornam homens e mulheres com responsabilidades, pois tem filhos para criar e passam para seus filhos aquilo que eles acreditam e que com certeza está bem longe dos pensamentos da Igreja e de Deus.

O que lhes foi ensinado sobre a Igreja e o Amor de Deus fica no passado, porque antes eles se questionavam muito sobre Deus e a Igreja, sobre o sacerdócio, sobre a vida religiosa, sobre a sexualidade, sobre o que lhes é ou não permitido fazer. Na fase adulta após passar esses questionamentos eles formam suas opiniões e seguem suas vidas lutando por trabalho, por felicidade mas ainda não entendem o verdadeiro Amor de Deus e a verdadeira missão da Igreja.

A Igreja é bombardeada com acontecimentos do passado e com fatos recentes como os casos de pedofilia. Todos estes fatos escondem os valores principais da Igreja Católica que é o de Amar a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, o de amar pai e mãe ( o que hoje é muito difícil de se sentir e de se ver), de não roubar, de não matar, de não cobiçar a mulher ou o marido de outro(a) pessoa ( muitas traições até pela internet estão destruindo famílias), de não pecar contra a castidade ( sexo desregrado antes do casamento que está ocasionando em altos índices de gravidez precoce e de doenças sexualmente transmissíveis principalmente a Aids), estes são alguns dos mandamentos da nossa Igreja e que todos preferem ignorar com questionamentos que são derrubados apartir do momento que você abre seu coração para Deus e fala para Ele: “entra na minha vida e cuida de todas as feridas”, porque somente Ele nos sonda, nos conhece em cada movimento, em cada passo que damos e é neste momento que mais entendo a encíclica do papa Bento XVI Deus Caritas Est, quando o papa relembra que Deus ama tanto o mundo que mandou seu único Filho para morrer por nós. Nos textos que se seguem o Sumo Pontífice ainda diz que o amor compreende a totalidade da existência em toda a sua dimensão, inclusive a temporal e não poderia ser de outro modo, porque a sua promessa visa o definitivo: o amor visa à eternidade. Sim, o amor é êxtase, não no sentido de um instante de “inebriamento”, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus.

Em nossa cidade e outros lugares do mundo o esquecimento de Deus é quase que total e quem esquece o Filho também esquece a Mãe Maria. Somos filhos de Maria que ama tanto o mundo que aceitou que uma espada transpassasse sua alma quando aceitou ser Mãe do Filho de Deus mesmo sabendo de todo o sofrimento que passaria. Maria foi um exemplo de mulher, que, hoje já foi esquecido devido às evoluções e ao comportamento das mulheres.

O exemplo de José, pai adotivo de Jesus ficou no esquecimento. Aceitou ser o pai na terra do Filho de Deus aceitou educá-lo, amá-lo e prepará-lo para o mundo e para o seu sofrimento. Respeitou sua esposa e foi um homem honrado, o que hoje é muito difícil de ser ver com as muitas traições e exemplos de maus comportamentos por parte dos homens.

Viver a encíclica o conhecer Deus melhor não é mais segundo plano, pois hoje o ser humano já não tem planos têm vivência do que o mundo lhes oferece. É triste andar pelas ruas da nossa cidade e ver o quanto Deus é ignorado e o quanto Ele é esquecido.

O ser humano só volta para Deus quando encontra alguma dificuldade, ou tem alguma doença em minutos ele se lembra do poder de Deus e é pelo seu amor por nós que Ele volta seu olhar para aquele que precisa e fala: “Eu sempre estive ao seu lado, mas você sempre estava muito ocupado com seus pensamentos e trabalhos”.

O Amor de Deus é assim: incondicional, faz tudo por nós e para que nós o conheçamos e nos abandonemos Nele. Ele escolhe pessoas para falar do seu amor, da vida em Deus para que Ele nunca seja esquecido, pois, Ele é o Deus que tudo cura tudo perdoa e tudo realiza. Quem se abre e se volta para Deus conhece o verdadeiro Amor, que é diferente de qualquer Amor humano, pois nos envolve de uma forma que nos faz querer entrar mais no coração de Deus para nunca mais sair.

Você que é jovem, ou adulto ainda pode conhecer esse amor que nos transforma e que nos dá vida. Você pode conhecer o mesmo amor que transformou Paulo em um apóstolo, o que fez Lucas ser um evangelista, o que fez muitos Santos mudarem suas vidas, o que fez a Igreja se transformar se renovar e inspirar trabalhos como a Pastoral da Criança, a Pastoral de Rua e aqui em nossa cidade trabalhos como: dos missionários da Caridade, da Pastoral da Criança, da Comunicação, do Apostolado da Oração, da Pastoral da Juventude, da Pastoral Vocacional, das pessoas que trabalham com dependentes químicos em nossa Pastoral da Sobriedade, e inspiraram jovens a entrarem nos seminários da nossa diocese e jovens a seguirem para outros seminários como tivemos o caso de um jovem de quatorze anos que seguiu para a vida consagrada no Mosteiro da Sagrada Face.

Assim sentimos, entendemos que Deus é inexplicável, pois só o sentimos, não o vemos, não o tocamos, somente entendemos que dedicarmos um tempo de nossas vidas a Ele não é obrigação mas sim um dever de todo o católico pois Ele como disse São Paulo é Amor e como disse um ditado muito antigo Amor com Amor se paga.

Por Pe. Rivelino Nogueira