sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Informativo Paroquial



A caridade é inventiva até o infinito


A Sociedade de São Vicente de Paulo existe a mais de cem anos em Lorena, e teve como principal membro e mais ilustre o Conde de Moreira Lima, que passou a ser membro da Sociedade São Vicente de Paulo, em 1.911. Hoje com novos membros, a Sociedade realiza vários trabalhos de ajuda aos mais necessitados em asilos ou fora deles. A finalidade principal é promover a santificação de seus membros por meio da prática da caridade, ou seja a vivencia real do evangelho.

Em agosto, durante a Festa da Padroeira, os vicentinos montaram uma barraca e trabalharam para arrecadar dinheiro para a sociedade. Em cada dia de trabalho um sorriso no rosto e um excelente atendimento ao público. Presente em nossa cidade há mais de cem anos, os vicentinos cumprem os desejos de seu fundador Antônio Fredéric Ozanam (1.813-1853), e vão até os pobres levando alimentos, roupas, amor, amizade, dedicação e compreensão.

“Levar um kg de alimento, não é nada diante do sofrimento de um irmão ou irmã”, afirmou uma senhora, que faz doações aos vicentinos. Estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) avalia que o mundo seria mais pobre e desigual se não houvesse o trabalho voluntário. Essas afirmações já tinham sido reveladas há muitos séculos, por muitos santos e santas do mundo inteiro. No século XX, Madre Thereza de Calcutá e a brasileira Irmã Dulce da Bahia viviam para os pobres. Conhecida mundialmente como “mãe dos pobres”, Madre Thereza dizia que “qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz.” Já Irmã Dulce, o “Anjo Bom da Bahia” dizia que “se cada um fizer sua parte, se cada pessoa se conscientizar do seu papel social, poderemos não resolver o problema da miséria no mundo, mas estaremos colaborando sensivelmente para diminuir os miseráveis e aplacar a dor de muitos sofredores”. Já São Vicente de Paulo, em quem se inspirou Frederic Ozanam, dizia que “ a caridade era inventiva até o infinito”.

Só no Brasil, a Sociedade São Vicente de Paulo nacional arrecada mais de 800 mil quilos de alimentos por meio de campanhas junto aos colaboradores, que doam também remédios, roupas, materiais escolares e utensílios diversos.

Em todo o Brasil existem mais de 250 mil vicentinos, 30 Conselhos Metropolitanos, 272 Conselhos Centrais e 1754 Conselhos Particulares. No mundo os vicentinos estão presentes em 135 países, tem aproximadamente 500 mil membros, entre homens, mulheres, jovens e crianças de todas as raças.

Por Adriana Borges

A Conversão do “Rei do Aborto”



Em sua autobiografia intitulada The Hand of God, “A mão de Deus”, Bernard Nathanson – conhecido em Nova York como o “rei do aborto” por ter participado, direta e indiretamente, de aproximadamente 75.000 mil abortos, conta como se converteu em um dos mais destacados defensores da vida, tendo depois se tornado católico. A categoria intelectual e moral do Dr. Nathanson, fez com que muitos dos que praticavam ou fomentavam o aborto, incluindo alguns parlamentares, reconhecessem o seu erro e se unissem à luta em favor da vida humana mais indefesa: a dos não-nascidos.

Bernard Nathanson teve seu primeiro contato com o aborto, com a ajuda de seu pai que pagou para que sua primeira namorada abortasse e depois ele mesmo fez aborto em mulheres com as quais tinha tido relações sexuais. Tornou-se defensor do aborto até que a Suprema Corte Americana legalizou a prática do aborto solicitado. Sem importar se havia uma vida sendo gerada, Dr. Bernard Nathanson só começou a mudar seus pensamentos quando viu claramente as evidencias cientificas proporcionadas pelas novas tecnologias. Ao ver a criança dentro do ventre materno descobriu que “aquilo” que abortou milhares de vezes era na verdade um ser humano.

No final da década de 70, abandonou a militância a favor do aborto e chegou a ser um grande advogado da causa pró-vida, escreveu o livro Aborting America “A América que aborta” e produziu o vídeo The Silent Scream “O Grito Silencioso”. Esse vídeo e a sua continuação, The Eclipse of Reason “O Eclipse da Razão”, foram amplamente exibidos, não somente para o grande público através de canais de televisão em todo o mundo, como também em sessões especiais para parlamentares de diversos países.

Um ateu convicto Nathanson, não acreditava em Deus. E durante uma manifestação contra uma clínica de aborto ele não entendia porque os manifestantes rezavam e cantavam hinos de júbilo pelos não nascidos, pelas mulheres que abortavam, pelos médicos e enfermeiras que faziam os abortos. Para o ex-rei do aborto esse público era mudo e invisível e incapaz de qualquer agradecimento, e, no entanto, seus amigos eram capazes de ir para a cadeia por eles. Então, ele disse “pela primeira vez em minha vida de adulto, comecei a ter uma noção de Deus: um Deus que tinha me levado até à beira dos círculos do inferno, só para mostrar-me o caminho para a redenção e para o perdão mediante a sua graça. Esse pensamento contradizia todas as minhas certezas. Em um instante converteu o meu passado em um lodo de pecado e de maldade; condenou-me pelos graves crimes contra aqueles que me amavam e contra aqueles que nem sequer conheci e, ao mesmo tempo ofereceu-me uma esperança, na crença -cada vez mais firme – de que há dois mil anos Alguém morrera pelos meus pecados e pela minha maldade”.



Fonte: L´Osservatore Romano, 21 de fevereiro de 1997, pág. 9. Tradução Quadrante. Disponível em http://www.almudi.org/



por Adriana Borges

VIDA MISSIONÁRIA




Tudo começa no dia de nosso Batismo.

A partir desse dia e ao longo de nossa vida uma voz se faz ouvir: “Ide, por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc. 16,15) e “Ide, pois, ensinai todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt.28,19).

O Batismo confere a todo cristão este direito e este dever de ir pelo mundo afora e anunciar a Boa- Nova de Jesus Cristo – a única verdade que salva – a toda criatura.

Este mandato proclama e fundamenta a Missão da Igreja, continuadora da missão do próprio Filho de Deus, Jesus, o enviado do Pai, na força do Espírito Santo.

Por isso, encontramos em vários documentos da Igreja afirmações como estas: a missão da Igreja é evangelizar; a evangelização é sua essência; a missão faz parte da própria natureza da Igreja ... E ainda: a Igreja, se não for missionária, não é a Igreja de Jesus Cristo.

O Documento de Aparecida diz que todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão e, ao mesmo tempo, o vincula a Ele como amigo e irmão.(144)

Ao longo desses dois milênios muita gente – crianças, jovens, casais, anciãos – têm vivido esta paixão por Jesus Cristo e anunciado a Boa-Nova do Reino, como discípulos missionários, pelos cinco Continentes.

Penso já pertencer ao passado a concepção de ver a vida missionária como privilégio apenas de alguns padres e religiosos. Há algum tempo, muitos leigos e leigas se comprometem com a missão além-fronteiras. Estes descobriram que, em virtude do seu Batismo, são discípulos missionários e isto deve dar o “tom” às suas existências; deve dar sentido às suas vidas.

A vida de São Francisco Xavier e de Santa Terezinha do Menino Jesus – Padroeiros das Missões – sintetizam perfeitamente as duas dimensões da Missão.

São Francisco Xavier deixou seu país de origem e dirigiu-se à Ásia, anunciando Jesus e batizando muitos povos; Santa Terezinha viveu durante nove anos num Convento, como carmelita, em seu próprio país sem nunca dali sair.

Tanto o partir como o ficar é necessário pois, o importante é deixar o Espírito de Deus modelar nosso coração e transformá-lo num coração missionário, sempre aberto às dimensões do Amor de Deus, na perspectiva da universalidade da salvação em Jesus Cristo, sem nunca se esquecer que o horizonte da missão é o mundo, a humanidade no seu todo. Isto qualifica uma vida missionária.

Em minha juventude sonhei em viver como missionária, na Amazônia entre os povos indígenas ou em algum país do Continente Africano.

Todavia, logo compreendi que havia um apelo de Deus para permanecer em minha terra natal, semeando o ideal missionário, colaborando na formação e animação missionária nas comunidades paroquiais, nas dioceses de São Paulo e do Brasil.

Aqueles e aquelas que se apaixonam pela missão nunca se decepcionam porque semeiam Vida, semeiam o Reino de Deus. Antes, experimentam-na e se tornam pessoas cheias de esperança, mensageiras da Palavra e da Verdade, da Alegria e da Paz.

Ao longo desta caminhada, quanta gente boa conheci! Pude ouvir e partilhar nossa fé em Jesus Cristo e em sua Igreja. Passei por inúmeras comunidades nas cidades, nas periferias, na zona rural, nos sertões, na floresta, nos vilarejos e nas margens dos rios.

É maravilhoso a gente bater à porta de uma casa ou encontrar-se com alguém, trocar um sorriso e tabular uma conversa, totalmente livre e feliz em poder fazer-se próximo do outro como um “mendigo” que leva um tesouro e o oferece gratuitamente porque também o recebeu gratuitamente. E depois, ouvir de um e de outro – apareça outras vezes, foi muito bom partilhar a Palavra... Estou em paz! Ou então: quando falamos de Deus sinto-me resgatado em minha dignidade de filho de Deus! Ou ainda: venha conhecer minha casa, achei legal você falar de Deus comigo!

Encontros esses que se deram seja numa viagem de trem, a cavalo, de ônibus, de avião ou de barco; numa estrada de terra batida, numa praia ou numa capelinha à luz de lampião. Na procissão, com o andor de Nossa Senhora Aparecida ou do Santo Padroeiro, com as crianças carregando o globo (o mundo, no dizer delas) e o terço missionário e cantando a glória de Deus com os anjos do céu! Nas celebrações Eucarísticas ou da Palavra de Deus, momentos de céu! E que dizer da alegria ao ver um senhor de idade avançada que, trêmulo, se dirige ao confessionário depois de 38 anos sem receber o Corpo do Senhor!

No coração do missionário, nestes momentos de fé, de muito amor e de esperança a certeza do céu que baixa sobre a terra e da terra que sobe aos céus!

Tarefa exigente, silenciosa, persistente, de sempre. Pois, necessário é proclamar, a cada geração, o mandato do Senhor: “Ide, pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” e necessário é criar e consolidar a cultura missionária em nossas Igrejas locais.

Por isso, com o Apóstolo Paulo, possamos dizer do fundo do coração: “Ai de mim se eu não evangelizar”.









Maria Aparecida Gomes da Silva

Auxiliar do Apostolado na Diocese de Lorena

Professora da rede pública aposentada

Coordenadora do Conselho Missionário Diocesano

Porque celebrar a Santa Missa?

Celebração de casamentos, aniversários e morte faz parte da vida do ser humano que é altamente celebrativo. Celebrar significa ação de cumprir as cerimônias de culto e é sinônimo de glorificar, louvar, exaltar e festejar. Então podemos definir que:

Celebrar é um ato público, ou seja, reunião de pessoas

Celebrar supõe que haja momentos especiais. Momentos privilegiados.

Celebrar depende de ritos. O que são ritos? São gestos que se repetem. Por exemplo, nos aniversários, quais são os atos que se repetem? O convite, a chegada dos amigos, o bolo geralmente enfeitado, as velinhas, o canto de parabéns, os comes e bebes. São atos próprios da festa de aniversário. É necessário que haja hora marcada, a fim de que os participantes se orientem. A celebração também tem uma duração. Todos esses dados, a saber: ato público, momentos especiais, motivação, ritos, espaço e tempo se aplicam a todo tipo de celebração.

Ao entendermos o sentido do verbo celebrar, compreendemos por que celebramos a Santa Missa.

Como está escrito no catecismo da Igreja Católica: “Através das palavras, as ações e os símbolos, que constituem a celebração, o Espírito Santo põe os fiéis e os ministros em relação viva com Cristo, Palavra e Imagem do Pai, a fim de que possam levar à sua vida o sentido do que ouvem, contemplam e realizam na celebração”.

Segundo o papa Bento XVI, “...ao libertar o coração do homem das angústias cotidianas, a celebração litúrgica dá nova confiança; o momento da celebração comunica a alegria de esperar em um mundo melhor, de viver na Igreja, de ser amados por Deus e de poder voltar a amá-lo de novo, de ser perdoados e salvos”.

O mistério pascal de Cristo é fruto do Espírito Santo. Portanto, para compreender ação sacerdotal e a presença de Jesus Cristo na Liturgia, é preciso à força do Espírito Santo, “pedagogo da fé do Povo de Deus”, que nos prepara para receber a Cristo. Ele é a alma e o coração da ação litúrgica. O Espírito revela quem é Jesus e nos leva a Deus Pai e nos torna liturgos, pondo em nossos lábios a palavra de Abba. É na celebração litúrgica que Deus reúne seu povo e revela o mistério pascal (Vida, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo).

Através das leituras, Deus fala a seu povo e como por tradição, o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial e convém que o diácono, ou na falta dele outro sacerdote, leia o Evangelho e o leitor faça as demais leituras. Através dos cânticos, a Assembléia responde a Deus. O salmo responsorial é tirado do Lecionário, pois cada um de seus textos se acha diretamente ligado à respectiva leitura; assim a acolhida dos salmos depende das leituras. O cântico de aclamação ao Evangelho é feito através do "Aleluia", que é cantado em todos os tempos, exceto na Quaresma.

A Missa é a ação mais importante que se celebra na terra e, quando dela participamos, devemos fazê-lo com o maior interesse e devoção tratando de conseguir o maior fruto possível. É na Missa que se renova o sacrifício do Calvário, por isto, deveríamos estar presentes com os mesmos sentimentos de Nossa Senhora ao pé da cruz, acompanhando a seu Filho, plenamente identificada com Ele.

A Igreja deseja que os católicos participem da Missa não porque está mandado, mas por iniciativa própria e com generosidade e aconselha quem pode a participar diariamente da Santa Missa. A razão é clara: a Missa é o centro e a raiz da vida da Igreja e de cada cristão, que, se tivessem consciência do que a Santa Missa representa em nossa vida e na vida da Igreja, faria todo o possível para assistir a Missa todos os dias.

pe.Rivelino Nogueira