Em sua autobiografia intitulada The Hand of God, “A mão de Deus”, Bernard Nathanson – conhecido em Nova York como o “rei do aborto” por ter participado, direta e indiretamente, de aproximadamente 75.000 mil abortos, conta como se converteu em um dos mais destacados defensores da vida, tendo depois se tornado católico. A categoria intelectual e moral do Dr. Nathanson, fez com que muitos dos que praticavam ou fomentavam o aborto, incluindo alguns parlamentares, reconhecessem o seu erro e se unissem à luta em favor da vida humana mais indefesa: a dos não-nascidos.
Bernard Nathanson teve seu primeiro contato com o aborto, com a ajuda de seu pai que pagou para que sua primeira namorada abortasse e depois ele mesmo fez aborto em mulheres com as quais tinha tido relações sexuais. Tornou-se defensor do aborto até que a Suprema Corte Americana legalizou a prática do aborto solicitado. Sem importar se havia uma vida sendo gerada, Dr. Bernard Nathanson só começou a mudar seus pensamentos quando viu claramente as evidencias cientificas proporcionadas pelas novas tecnologias. Ao ver a criança dentro do ventre materno descobriu que “aquilo” que abortou milhares de vezes era na verdade um ser humano.
No final da década de 70, abandonou a militância a favor do aborto e chegou a ser um grande advogado da causa pró-vida, escreveu o livro Aborting America “A América que aborta” e produziu o vídeo The Silent Scream “O Grito Silencioso”. Esse vídeo e a sua continuação, The Eclipse of Reason “O Eclipse da Razão”, foram amplamente exibidos, não somente para o grande público através de canais de televisão em todo o mundo, como também em sessões especiais para parlamentares de diversos países.
Um ateu convicto Nathanson, não acreditava em Deus. E durante uma manifestação contra uma clínica de aborto ele não entendia porque os manifestantes rezavam e cantavam hinos de júbilo pelos não nascidos, pelas mulheres que abortavam, pelos médicos e enfermeiras que faziam os abortos. Para o ex-rei do aborto esse público era mudo e invisível e incapaz de qualquer agradecimento, e, no entanto, seus amigos eram capazes de ir para a cadeia por eles. Então, ele disse “pela primeira vez em minha vida de adulto, comecei a ter uma noção de Deus: um Deus que tinha me levado até à beira dos círculos do inferno, só para mostrar-me o caminho para a redenção e para o perdão mediante a sua graça. Esse pensamento contradizia todas as minhas certezas. Em um instante converteu o meu passado em um lodo de pecado e de maldade; condenou-me pelos graves crimes contra aqueles que me amavam e contra aqueles que nem sequer conheci e, ao mesmo tempo ofereceu-me uma esperança, na crença -cada vez mais firme – de que há dois mil anos Alguém morrera pelos meus pecados e pela minha maldade”.
Fonte: L´Osservatore Romano, 21 de fevereiro de 1997, pág. 9. Tradução Quadrante. Disponível em http://www.almudi.org/
por Adriana Borges
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